sexta-feira, 31 de agosto de 2007

TV Pública Digital e Redes Colaborativas

Ivana Bentes, da Escola de Comunicação da UFRJ, texto enviado para o grupo de discussão da Compós - 28/08/2007

Caros, segue uma síntese de algumas questões relevantes que foram discutidas no Seminário da TV Pública Digital em Salvador de 23 a 25/08. Participaram dos 3 dias de intenso debate, com transmissão ao vivo pela internet, produtores independentes, diretores de TV, professores universitários, cineastas, ONG’s, gestores, o ministro das Comunicações da Casa Civil Franklin Martins, o secretário do audiovisual Orlando Senna, representantes das TVs universitárias, comunitárias, radialistas, jornalistas, empresários do audiovisual, enfim um grupo heterogêneo e diverso.

1) Em todas as mesas se defendeu que a TV Pública digital deve se constituir como uma rede horizontal, e uma rede colaborativa aberta, uma "rede de redes", descentralizada. O modelo de gestão foi o mais discutido, pois ainda está se configurando, mesmo que a proposta seja que a TV Pública entre no ar em dezembro. A idéia de uma rede de redes é decisiva, pois mesmo que inicialmente tenha como referência a TV Brasil (fusão da TVE com a Radiobrás) a proposta é criar as bases para uma rede "horizontal" reunindo mais de 200 emissoras de TV dos sistemas público, comunitárias, universitárias, estatais, privadas com fins públicos, enfim tendo como horizonte um pool dessas redes super heterogêneas, com troca de programas e abrindo para a produção independente (quem produz e não tem emissora para exibir). Tal fato é inédito no Brasil. Nunca se pensou uma rede com tal alcance e diversidade.

2) A base tecnológica será feita a princípio a partir da fusão da atual estrutura da TVE com a Radiobrás e mais uma base em SP. É essa a base material, o ponto de partida, a TV Brasil, que será seguida imediatamente pela criação de outros canais públicos, com gestão pública: os canais da cultura, da cidadania, da educação e os canais estatais (TV senado, Câmara, etc.). Ou seja, a rede pública que é uma malha enorme e diversa vai ser articulada nessa "rede de redes". A TV Brasil na nova configuração terá um novo diretor e um conselho (com participantes da sociedade civil), o que já causa especulações e polêmica, questão menor, no meu entender.

3) O melhor do seminário. Muita gente pensando a questão das redes colaborativas, da descentralização, da TV colaborativa, como a garotada que apresentou o site Fiz (tipo You Tube) que agrega conteúdos livres e a aceitação desse modelo das redes colaborativas como o horizonte natural da TV Pública digital brasileira pelos jovens gestores do governo (MinC e SAV).

4) Também a necessidade de uma Internet Pública apareceu fortemente. Essa também foi parte da minha argumentação nos debates, para combater uma Mídia-Estado (que se porta como Estado) não precisamos de um Estado nem TV centralizadora, mas aumentar a produtividade social, ou seja fortalecer as redes existentes e incluir novas redes nos sistemas de Comunicação. Também os grupos que estão fora da TV não querem mais simplesmente ser "representados" na TV (periferias, p.ex.) querem um canal de TV, querem fazer TV, o que já é possível com a TV IP na internet e será na TV aberta, com as multi programações trazidas com o digital.

5) Também recorrente, a análise de que temos uma Mídia-Estado privada que "vende estabilidade política", sua moeda de troca para defender seus interesses. Levantou-se a questão e a importância da rede blogueira hoje na internet, como contra-discurso. Também defendi no seminário o que chamo da produção "doméstico-industrial", em que a produção "amadora" ou "não-profissional" ganha relevância e desmistifica a idéia da exclusividade da produção audiovisual e midiática feita por "profissionais". É só olhar para o You Tube, Wikipedia, redes colaborativas, etc. Falou-se o tempo todo da necessidade da TV Pública digital já entrar com um braço na Internet, convergindo TV e Internet públicas.

6) Defesa dos conteúdos abertos, sem bloqueio para gravar. O Jornal O Globo já saiu com texto na página dos Editorias, de domingo, dizendo que "TV Digital ameaça conteúdo brasileiro", fazendo campanha para impedir que o telespectador grave os programas!!! O que é um atraso em termos de democracia e da livre produção e circulação do conhecimento.

7) Veremos a grande mídia detonar o projeto da TV Pública Digital como fez com a Ancinav e com as políticas públicas que poderiam abrir os sistemas de comunicação para uso comum, público e com horizonte de universalização desses serviços? Afinal, a mídia e os produtores de conteúdo somos nós, no pós-digital e internet. O que está em jogo é um pensamento inédito do Brasil do que é Público. É a possibilidade de tirar do sucateamento as TVs públicas, estatais, comunitárias, universitárias e abrir novos espaços para produção independente, para o cinema brasileiro e para novas linguagens.

8) Aliás, essa é um dos grandes acertos do processo, presente na fala de Orlando Senna. A decisão que 80% da produção da TV Pública Digital será feita de fora (não pelas próprias emissoras). Ou seja, a TV Pública digital vai abrir Editais públicos para novos programas de TV, numa proposta de renovação inédita da programação. Provavelmente não será de imediato. Vai começar operando com um pool de programações regionais, vindo do Brasil todo e abrindo para as novas programações.

9) Inovação, experimentação, sair da "chatice", sair dos dualismos ou é cultural ou comercial, ou é chata sem audiência ou de entretenimento, ou é política ou lúdica, essa também foi uma das questões mais discutidas. Novas mídias, games, interatividade, novas linguagens, estiveram entre as diferentes falas e alguns projetos já existentes nessa linha foram levados para debate. A questão de formar e construir audiências, ao invés de "vender audiência" como faz o sistema de TV privada que naturaliza a audiência, como se fosse um 'bolo' natural e imutável, foi também tema do pessoal que trabalha com estudos de recepção.

Enfim, um panorama animador, apesar das grandes dificuldades de se operacionalizar tudo isso. Se mais alguém da lista esteve no Seminário, outras impressões são bem vindas.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Entrevista com o cineasta Sílvio Tendler

'O filme é quase um panfleto'

O cineasta Sílvio Tendler voltou suas lentes para o futuro e esmiúça, pelo olhar do geógrafo Milton Santos, o processo de construção da humanidade. "Encontro com Milton Santos ou a globalização vista do lado de cá" traz o último depoimento de Santos, que morreu em 2001.


Após contar as vidas de JK, Jango, Castro Alves e Glauber Rocha, por que um filme sobre um acadêmico?

SÍLVIO TENDLER: Queria um outro ponto de vista, alternativo, sobre a globalização. Desde os anos 90, acompanho a questão, e percebi que havia mais ruído do que informação. Fui então ouvir o professor Milton Santos, que era um arauto contra essa globalização que está aí.

Em que sentido ele é contra a globalização?

TENDLER: Ele não é contra a globalização. Ele não é a favor de um processo retrógrado. É a favor de um avanço, mas é crítico do processo que está aí. Esse tipo de globalização. Segundo ele, nunca houve tantas condições tecnológicas para a humanidade se desenvolver, mas as condições foram expropriadas por um grupo de empresas. Então, eu fui buscar exemplos.

A que você atribui o sucesso do filme?

TENDLER: Funcionou porque é crítico. Um filme que, não tenho vergonha de dizer, é quase um panfleto sobre a globalização, que ele chama de globalitarismo: globalização com autoritarismo.

Como o tema é abordado?

TENDLER: Estou feliz de ter feito esse filme, porque a gente discute as questões fundamentais não para o passado, mas para o futuro. Por exemplo, a questão da água, que será o problema dos próximos 20 anos. Há dois processos de globalização: um deles é a água sendo explorada como um bem comum à humanidade; e o outro é a água como valor de mercado, explorada na bolsa de valores no futuro, como o petróleo.

Como é o filme?

TENDLER: O Milton Santos aborda essas questões, e eu dialogo com ele no filme, colocando exemplos. Ele fala dos movimentos sociais, diz que quem vai poder transformar a humanidade são os de baixo. E levanta questões polêmicas, mas necessárias. Ele não cria facilidades, cria dificuldades. E, complementando, entrevistei outros intelectuais. Tem o (José) Saramago, o Eduardo Galeano, o Aílton Krenak (líder indígena) e cineastas alternativos. Há uma diversidade cultural rica, e acho que o filme vai levantar uma poeira necessária.

Quais as dificuldades e expectativas sobre o filme?

TENDLER: Não gosto de falar sobre as dificuldades, porque acho que elas fazem parte de qualquer processo criativo. Prefiro falar do desejo de que esse filme comunique. Estou promovendo a distribuição porque hoje é muito complicado montar uma distribuição alternativa, independente. Eu toco num tema que é candente. Não é um filme balizado pela indústria do entretenimento, é um filme para discussão de idéias.

Como você vê o professor Milton Santos?

TENDLER: Ele tem um pensamento particular. Na abertura do filme, diz: “Não estou preso a nenhum grupo político, não pertenço a nenhum partido, sequer a um grupo de intelectuais. Não tenho nenhuma doutrina, nenhuma fé, nenhuma religião. Sou um homem independente. Um outsider.” Eu acho isso fundamental.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Vigilância gera caos em e-mails na china

Usuários de internet e funcionários de empresas instaladas na China culparam a vigilância do governo chinês por uma série de problemas em e-mails.

Internacional - Jornal O Globo - 18/07/2007

Os usuários de internet e funcionários de empresas instaladas na China atribuíram ontem a culpa por uma série de perturbações no tráfego internacional de e-mails a ajustes no vasto sistema de vigilância sobre a internet operado pelo país. Executivos de empresas de tecnologia da informação deram explicações variadas para as dificuldades no e-mail, mas concordaram que não resultavam de problemas técnicos comuns.

A China está em meio a uma campanha para reprimir o "conteúdo insalubre" de sua internet, que cresce rapidamente. A disseminação veloz de informações sobre incidentes de corrupção governamental e inquietação em áreas rurais alarmou os líderes do país, obcecados com a estabilidade e acostumados a manter controle sobre a mídia.

— Tivemos centenas de queixas de clientes nos dois últimos dias — disse Richard Ford, diretor técnico do provedor Candis Group.

Ford informou que os clientes reclamaram de e-mails devolvidos com mensagens de erro que só poderiam ter sido inseridas por uma "terceira parte", posicionada entre os servidores locais e os estrangeiros.

— Depois de investigar, estamos certos de que se relaciona à grande firewall da China — disse Ford, em referência ao sistema de filtros para interceptar e bloquear conteúdo sensível, que poderia ser disseminado via internet.

Outras empresas que administram servidores confirmaram queixas de usuários na China e no exterior.

Nos bits do rádio

Transmissões no padrão digital começam este ano no país e prometem revolução no setor

País - Eliane Oliveira e Henrique Gomes Batista
Jornal O Globo - 30/07/2007

A expressão "do tempo do rádio à pilha", usada para indicar coisas antigas e ultrapassadas, terá de ser aposentada. Ainda neste ano, as transmissões radiofônicas digitais devem se transformar em realidade em cidades como Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, revolucionando este meio de comunicação. O governo, segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, decide esta semana o sistema a ser utilizado para o rádio digital. O novo padrão gastará menos energia e bateria, assim como aconteceu com os telefones celulares, o que deverá levar a um novo ciclo de expansão do rádio de pilha. Porém, com maior qualidade de transmissão e mais opções para o ouvinte.

O decreto presidencial que institui o novo modelo no país deverá ser assinado no início de setembro, mês em que se comemoram os 85 anos da primeira transmissão de rádio no Brasil. A expectativa de governo, indústrias e emissoras é que a transição do atual sistema analógico para o digital seja mais veloz que a popularização da TV digital. Ainda em 2007, o consumidor poderá ouvir uma estação FM com qualidade de CD e escutar uma estação AM com qualidade de FM. Além disso, o ouvinte poderá se beneficiar da multiprogramação, uma vez que cada emissora terá quatro canais à disposição.

Aparelho exibe mensagens de texto

As revoluções causadas pela mudança não param aí. O visor dos aparelhos serão verdadeiros letreiros digitais, que poderão transmitir notícias, previsões do tempo e outras informações complementares. O consumidor brasileiro — assim como já ocorre nos EUA e na Europa — poderá contar também com a rádio por assinatura, por meio de freqüências fechadas de ondas curtas (OC). O sistema OC de rádio digital é capaz de mandar um sinal perfeito a mais de 3 mil quilômetros de distância.

— Uma emissora sediada em Brasília cobriria a América do Sul inteira. Dá para fazer transmissões em freqüências fechadas. Essas freqüências, hoje praticamente abandonadas, deverão ser reutilizadas ainda para transmissão de dados e também como rede de distribuição de programas oficiais do governo e de projetos educacionais — explicou o ministro Costa.

As transmissões em caráter experimental por 17 emissoras já ocorrem há dois anos nas cidades de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Outras 50 emissoras aguardam apenas a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para dar largada na tecnologia.

A tendência é que o comitê encarregado de estabelecer o padrão a ser usado e o modelo do negócio escolha um sistema híbrido: o americano (Iboc), preferido dos radiodifusores, para FM e AM e o europeu (DRM) para ondas curtas. Formado por representantes do governo, das emissoras e da sociedade civil, o comitê se reúne nesta quarta-feira. Na sexta, o ministro das Comunicações encaminhará ao Palácio do Planalto o relatório final.

— Resolvemos o problema da banda de transmissão. Hoje, se você quiser colocar uma rádio analógica no centro de São Paulo, não há espaço — diz Costa.

Ele acrescentou que os ouvintes serão beneficiados com a entrada de novos players, aumentando a concorrência e democratizando o rádio no país. Rio e São Paulo, que estão com os dials congestionados, estão entre os maiores beneficiados. A meta do governo é que, em dez anos, cada um dos 5,6 mil municípios brasileiros tenha ao menos uma emissora de rádio.

O ministro revelou que o Brasil conseguiu dos americanos a garantia de que não haverá pagamento de royalties pelos radiodifusores brasileiros, a não ser pelo aparelho, a um valor estimado em US$1. Esse custo, segundo ele, deverá ser absorvido pelas indústrias.

A passagem do rádio analógico para o digital ocorrerá naturalmente, como aconteceu no passado quando os aparelhos com rádio AM e ondas curtas começaram a ser comprados também com FM. O governo quer estimular as montadoras, inclusive, a vender rádio digital nos veículos a partir de 2008. Será possível também comprar um conversor que, instalado no aparelho, fará a mudança de padrão. Durante dez anos, entretanto, haverá um período de transição. A emissora transmitirá, ao mesmo tempo, por via analógica e digital.


Nova tecnologia deve estimular expansão da indústria e do mercado publicitário e movimentar mais de R$100 bilhões em dez anos

O surgimento da rádio digital poderá trazer benefícios a uma indústria que deixou de existir após o avanço das importações de aparelhos chineses, japoneses e coreanos. Hoje não existem fábricas de rádio no país. A previsão do governo federal e do setor privado é que, em dez anos, o novo sistema movimente mais de R$100 bilhões, valor equivalente à metade esperada para a TV digital. A conta abrange tanto a transmissão em si quanto o comércio de aparelhos.

Num primeiro momento, os preços dos aparelhos receptores serão elevados em comparação aos analógicos — que podem ser comprados por até R$10 em feiras livres. A estimativa é que, no início, o valor fique em torno de R$300, mas a tendência é o preço cair ao longo dos anos.

— Se forem fabricados no país, os rádios digitais terão os mesmos preços dos aparelhos analógicos — disse Tamio Harada, diretor administrativo da Kenwood, uma das maiores fabricantes de rádio automotivo do mundo.

Kenwood poderá fabricar receptores no país

A Kenwood, aliás, já está fazendo testes de rádio digital em São Paulo. Harada afirmou que a empresa ainda está decidindo se fabricará ou não no Brasil os receptores digitais.

— Isso depende da velocidade da migração das emissoras para o novo sistema. A diferença de qualidade vai forçar essa mudança e pode valer os investimentos para uma fábrica — afirmou o diretor.

Para Benjamin Sicsú, diretor da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), será necessária a implementação de uma política pública para impulsionar a indústria nacional:

— O crescimento de uma indústria ou a vinda de fabricantes para o Brasil não depende apenas de tecnologia, mas de incentivos.

Quanto a isso, não haverá problema, assegurou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Assim como foi feito com a TV digital, o governo adotará medidas para estimular a instalação de indústrias no Brasil, com linhas de financiamento do BNDES e incentivos fiscais.

— O governo está pronto para ajudar empresas que queiram se estabelecer para produzir rádio digital em qualquer lugar — afirmou o ministro.

As emissoras estão ansiosas pelas mudanças. Elas acreditam que o padrão digital será o renascimento da AM (ou OM, Ondas Médias, em português). As empresas acreditam que o mercado publicitário poderá ser multiplicado por três em poucos anos. Hoje, cabe ao rádio uma fatia de apenas 4% do bolo publicitário, estimado em R$11 bilhões por ano.

O presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slavieiro, acredita que a migração para sistema digital se dará de forma bastante rápida:

— O setor defende a urgência na definição do padrão. Não por vaidade, mas por necessidade. Os nossos novos concorrentes, os MP3 e os Ipods, já são digitais.


Nos EUA, 1.200 emissoras e 14 milhões de ouvintes

Internacional - Marília Martins
Jornal O Globo - 30/07/2007

Astros, como Bob Dylan, têm programas em rádio digital. Carros saem de fábrica com o aparelho

Há hoje cerca de 1.200 estações de rádio digital que transmitem regularmente programação pela internet nos EUA. Ainda é muito pouco, se comparado com as mais de dez mil estações de programação analógica espalhadas pelo país. O setor, porém, cresce numa velocidade tão surpreendente que começa a causar forte impacto na rede tradicional, com número de intervalos comerciais por hora de programação em queda. Muitas empresas de comunicação estão replicando na Internet modelos de programas transmitidos pela rede AM/FM. Mas a indústria começa a aderir à onda digital. Desde 2005, as mais famosas marcas de automóveis nos EUA oferecem receptores de rádio digital em seus modelos. Em 2007, a BMW foi a primeira a lançar carros com rádio digital de alta definição (HD), instalado de fábrica. E a Wal-Mart anunciou que vai vender, a partir do segundo semestre, aparelhos de rádio com recepção de transmissão digital de alta definição em suas lojas a preços populares.

Em 2006, um estudo da consultoria Arbitron mostrou aumento de 50% no número de ouvintes de rádio digital em relação ao ano anterior. Cerca de 14 milhões de americanos pagam para ter acesso à programação, oferecida por duas grandes redes, a Sirius e a XM (que cobram cerca de US$12 por mês). É pouco se comparado aos 230 milhões de americanos que ouvem freqüentemente estações de rádios tradicionais, num dos mercados mais abrangentes e disputados do setor de comunicações. Mas os analistas estimam que o crescimento do rádio digital ainda vai acelerar-se, no rastro da popularização do acesso à Internet via banda larga ou por rede sem fio.

As redes por assinatura oferecem programas exclusivos de noticiário, esportes, música, entrevistas, religião, e transmitem em inglês, espanhol, francês e coreano. Também investem fortemente em atrações de grande audiência. Bob Dylan, por exemplo, tem um show de música, com muitos convidados, na XM Satellite Radio. A apresentadora Martha Stewart tem um programa de grande audiência numa das estações da rede Sirius.

Lançada em 2002, a Sirius tem hoje 69 canais (streams) de música e 65 de esportes, notícias e entretenimento. Um dos mais controvertidos apresentadores de rádio de Nova York, Howard Stern, causou furor em janeiro de 2006 ao trocar seu programa tradicional por uma estação de rádio exclusiva da rede. Em fevereiro deste ano, a Sirius e a XM anunciaram um acordo para fazer a fusão das duas empresas, mas o negócio está sendo examinado pelo governo americano.

Brasil é o terceiro país em crimes cibernéticos

Brasileiros já respondem por 14,2% dos ataques na internet, ficando atrás apenas de americanos e chineses

País – José Meirelles Passos
Jornal O Globo - 17/07/2007

Houve um considerável aumento de ataques via internet em 2006. Em suas artimanhas ao longo do ano passado, criminosos cibernéticos utilizaram nada menos do que 207.684 programas maliciosos de computador - conhecidos no jargão da internet como malware -, sendo que 41.536 deles eram novos. E o Brasil foi uma das principais fontes dessas armas: nada menos do que 14,2% do software usado de forma nociva na rede mundial de computadores foram criados e produzidos por brasileiros.

Com isso, o Brasil se tornou o terceiro maior disseminador de malware do mundo. Fica atrás apenas dos Estados Unidos (35%) e da China (30%). Logo abaixo do Brasil, no ranking que acaba de ser produzido pela Sophos - uma empresa de segurança de informática com sede em Massachusetts - está a Rússia, com um índice bem menor: 4,1%.

Apesar disso, piratas cibernéticos brasileiros e russos têm algo em comum: a maioria dos programas maliciosos produzidos por eles tem como objetivo o roubo de identidades e senhas de pessoas e empresas que realizam transações bancárias online. Essas informações são vendidas a terceiros, que aplicam golpes na praça - geralmente zerando o saldo de suas vítimas, através de transferências bancárias eletrônicas fraudulentas.

País gera 3% do lixo eletrônico mundial

O movimento do dinheiro é feito de forma legal, mas utilizando meios ilegais: o roubo da identidade.

- A maioria dos códigos maliciosos produzidos no Brasil tem a forma de trojans, criados para roubar senhas bancárias através da inserção de campos de senhas falsos, nos sites de bancos - disse Ron O"Brien, analista senior da Sophos.

Trojans são programas que parecem úteis, mas contêm um código daninho, que captura senhas e, geralmente, é destinado a roubar informações pessoais e comerciais. As vítimas escrevem o número de sua conta e sua senha nos espaços falsos criados pelos trojans e perdem o controle de sua conta:

- Essa tática deriva, em parte, do número relativamente pequeno de bancos no Brasil. Isso torna mais fácil, com maior probabilidade, supor, adivinhar, o tipo de conta que possui uma vítima potencial - completou O"Brien.

Além de ser o terceiro no mundo em volume de produção de programas nefastos de computador, o Brasil ocupa o sétimo lugar como fonte de transmissão de spam (lixo eletrônico), gerando o equivalente a 3% do material espalhado através da internet em todo o planeta.

Segundo o estudo da Sophos, os piratas cibernéticos estão se tornando a cada dia mais sofisticados, dificultando com mais eficácia o mapeamento das impressões digitais dos criminosos do setor. Agora é mais fácil confundir as vítimas com eles - pois os piratas se apoderam dos computadores delas, sem que as mesmas percebam, e, através das máquinas, transmitem programas maliciosos para uma imensa rede.

"O motivo é que a arma utilizada pelos fraudadores é um malware infeccioso, capaz de transformar um website inofensivo numa ferramenta para o roubo de dados ou para recrutar um PC (computador pessoal) vulnerável num exército criminoso de máquinas zumbis (computadores contaminados) que emitem spam.

Tentar seguir spam ou malware até a sua fonte freqüentemente acaba revelando apenas uma outra camada de websites e computadores contaminados espalhados através do mundo", conclui a Sophos.

Sistema que contamina servidores se utiliza de chats

O sistema mais utilizado atualmente é o dos chamados botnets, uma coleção de software robôs que se executam de maneira autônoma. Trata-se, normalmente, de um vírus que corre num servidor infeccionado e com a capacidade de contaminar outros servidores. Quem constrói um desses robôs é capaz de controlar todos os computadores contaminados por controle remoto - e isso se dá, em geral, através dos chats.

Mais de 20 países restringem uso da Internet

Internacional - Jornal O Globo - 28/07/2007

Restrições estatais ao uso da internet estão agora em vigor em mais de 20 países, os quais empregam regras contraditórias e medidas indiscriminadas para impedir o acesso à rede e sufocar a oposição política, de acordo com um novo relatório. Em "Governing the internet" ("Governando a internet"), a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apresentou estudos sobre a censura à internet no Cazaquistão e na Geórgia, e apontou para conclusões semelhantes com respeito a países como China, Irã, Sudão e Bielo-Rússia.

"Medidas recentes contra a liberdade de expressão na internet, tomadas por diversos países, servem como um amargo lembrete da facilidade com que alguns regimes, tanto democracias quanto ditaduras, buscam suprimir as formas de expressão que eles desaprovam ou simplesmente temem", diz o relatório da OSCE, que congrega 56 nações. "A expressão pessoal nunca foi mais fácil do que na web. Mas, ao mesmo tempo, estamos acompanhando a difusão da censura na rede", destaca o estudo de 212 páginas.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Campanha online ameaça Starbucks na Cidade Proibida da China

Internacional - Reuters - 24/07/2007

Uma loja da Starbucks poderá ser fechada na Cidade Proibida de Pequim devido a crescentes reclamações de que a presença de uma cafeteria norte-americana no antigo palácio imperial seria um insulto para a cultura chinesa.

Uma campanha na Internet iniciada por um apresentador de TV pela retirada da Starbucks Corp. da Cidade Proibida ganhou apoio de mais de meio milhão de internautas, segundo a edição desta quinta-feira do jornal oficial China Daily.

Rui Chenggang, âncora do canal de televisão estatal CCTV9, escreveu no seu blog que a presença da Starbucks na Cidade Proibida "não é globalizar, mas sim atropelar a cultura chinesa", disse o jornal.

"O museu está trabalhando com a Starbucks para encontrar uma solução em resposta aos protestos", afirmou o porta-voz do museu, Feng Naien, de acordo com a agência de notícias Xinhua.


Feng disse que uma reforma no local prevê uma "reavaliação" das lojas da Cidade Proibida e que um terço delas já foi retirado.

A Cidade Proibida, conhecida formalmente como Museu do Palácio, cobre 74 hectares e tem 9.999 aposentos. O local foi listado como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1987.

O vice-presidente da rede Starbucks na China, Eden Woon, disse que a empresa não pretende deixar o local, segundo o jornal Beijing News.

"A Starbucks admira a profunda história e cultura da Cidade Proibida e vem operando de maneira respeitosa, adequada ao ambiente", declarou ele à Reuters.

"Fornecemos um local de descanso para milhares de turistas, tanto chineses quanto estrangeiros, há mais de seis anos."

Protestos públicos em 2002 provocaram o fechamento de um restaurante Kentucky Fried Chicken no Parque Beihai, antigo jardim real ao lado da Cidade Proibida.

Herói polêmico, filme controvertido

Internacional - Graça Magalhães-Ruether
Jornal O Globo - 22/07/2007


Mais de seis décadas após o fim da Segunda Guerra, a Alemanha descobre seus poucos heróis da resistência contra Hitler. O principal deles é o conde Claus Schenk von Stauffenberg, militar que liderou o atentado fracassado contra o ditador no dia 20 de julho de 1944. O alemão — que apoiou os nazistas no início, mas mudou de idéia ao ver que a Alemanha estava afundando num abismo — foi descoberto também por Hollywood. Na última quinta-feira, começou a ser rodado em Berlim e Potsdam um filme sobre Stauffenberg: "Valkyrie", com Tom Cruise no papel principal.

A escolha de Cruise, que é uma espécie de embaixador da igreja da cientologia, causou muitos protestos na Alemanha. Berthold Schenk von Stauffenberg, filho mais velho do conde, que é general da reserva e tem 72 anos, tentou impedir o filme.

— Nós alemães não sabemos lidar com a nossa história — disse.

Thomas Krause, tenente-coronel da reserva e curador da exposição "Cem anos Stauffenberg", advertiu para o perigo de Cruise transformar o filme numa "ação de relações públicas" para a cientologia.

Um neto de Stauffenberg, Philipp von Sculthess, que é ator, interpreta o ajudante de Henning von Tresckow (Kenneth Branagh), um participante da conspiração dos militares contra Hitler, interpretado, por sua vez, pelo ator britânico David Bamber.

Na sexta-feira, o ex-chanceler alemão Helmut Kohl presidiu o juramento de 450 jovens militares, num ritual que vem sendo realizado desde 1999. A cerimônia teve lugar no centro de Berlim, no local que abrigava o comando do Exército, onde Stauffenberg foi executado, com três outros conspiradores, no mesmo dia do atentado fracassado contra Hitler. A escolha do local mostra como a imagem de Stauffenberg é hoje um símbolo nacional.

No pós-guerra, porém, ele passou a ser visto como figura complexa e controvertida, como aponta o historiador Ekkerhard Klausa, da Universidade de Berlim. Segundo Klausa, ainda em 1939, início da Segunda Guerra, Stauffenberg escreveu da Polônia sobre a "plebe de judeus e mestiços", um povo que "só se sente bem debaixo do chicote".

Mas ao voltar da África, onde perdeu um olho e alguns dedos da mão, o coronel aderiu ao grupo de conspiração que planejava matar Hitler e também uma rebelião contra as SS (tropas nazistas de elite) e a Gestapo. No dia do atentado, Stauffenberg depositou num bunker em que Hitler se reuniria com assessores na antiga Prússia Oriental (atual Polônia) uma maleta com uma bomba-relógio. A bomba explodiu apenas em parte, matando cinco das 24 pessoas presentes. Hitler ficou levemente ferido.

No mesmo dia, quatro dos líderes da conspiração foram executados em Berlim. Stauffenberg tinha 36 anos. Segundo o historiador Michael Stuermer, Stauffenberg e seus aliados queriam "salvar a Alemanha".

Começa a era dos clipes feitos pelo celular

Cultura - Ivy Farias
Jornal da Tarde - 12/07/2007

Ele começou a carreira como um 'mala', daqueles que não escolhem lugar para fazer escândalo. Gritava em cinema, teatro, hospital, velório. Quando foi promovido a máquina fotográfica, elevou todo ser humano à condição de paparazzo em potencial, e todo famoso à de vítima. O celular, agora, vive um momento mais sublime. É o sonho que faltava às bandas de garotos que até tinham dinheiro para gravar seus CDs, mas jamais conseguiriam produzir seus próprios clipes.

A lógica dos 'celularmen' não requer prática nem tão pouco habilidade. O aparelho pesa infinitamente menos do que uma câmera profissional, faz filmagens em qualquer ângulo e vai no bolso. A qualidade de imagem dos mais baratos, óbvio, não fica lá essas coisas, mas aí que mora outro segredo. Roqueiro que se preze consegue fazer qualquer precariedade jogar a seu favor.

A primeira banda brasileira a entrar na era dos telemóveis é o Detonautas Roque Clube, que acaba de filmar o clipe da canção O Retorno de Saturno com os celulares Nokia 93 e 95, aparelhos nada modestos que permitem uma resolução de um mega, este sim melhor que muita câmera convencional. "O celular é mais fácil porque tem um formato intimista que não precisa de muita verba, equipe ou equipamentos", acredita o diretor do clipe e autor da idéia, Giuliano Chiarardia. "Já tinha feito um curta metragem com celular e queria explorar esta nova tecnologia também em videoclipes. Chamei o Tico (vocalista do grupo) e ele topou", afirma Giuliano, que divide a direção com Rodolfo Nakakubo.

O convite fazia sentido para a primeira banda formada pela internet, em 1997, num chat em que o vocalista Tico Santa Cruz e o baixista Tchello decidiram se unir. "O futuro da música está no celular", conta Tico, que pretende lançar O Retorno de Saturno no site oficial da banda, no YouTube e também veicular no celular dos fãs. "Estamos estudando todas as possibilidades, mas nossa idéia é usar as novas mídias", diz o vocalista dos Detonautas.

Quem faz coro com a banda no Brasil é o ministro da Cultura, Gilberto Gil. Depois de quatro anos sem criar uma nova música, Gil fez Banda Larga Cordel especialmente para a turnê pela África e Europa. Quando apresentou a nova música para os amigos na cozinha de casa, Gil tinha entre os convidados o diretor de cinema Andrucha Waddington, que aproveitou a deixa e usou seu celular para fazer o clipe da canção. E como o título da música sugere, o ministro divulgou o clipe apenas na internet.

A novidade do Brasil também é explorada com cautela lá fora: apenas duas bandas usaram o recurso do celular para fazer seus clipes. Uma delas, a americana President of United States of America, fez o vídeo Some Postman, do álbum Love Everybody com o telefone portátil. E os próprios músicos do grupo XFYA fizeram seu videoclipe Haber Get Down em sua cidade natal, San Diego. "Agora cada banda pode fazer sua música e clipe com um celular com câmera e espalhar o produto globalmente", relatou Chris Hoar, fundador do site Textamerica.com numa entrevista para um jornal local. Hoar afirmou que este vídeo era um incentivo "para pessoas talentosas e criativas olharem de um outro jeito para celulares."

Apesar de fazer parte da vida das pessoas há mais de uma década, só agora o celular é considerado uma nova mídia por produtores e anunciantes. "O celular já é um meio de comunicação que está sendo muito bem aproveitado pelas gravadoras", diz Gian Uccelo, gerente de novas mídias da Warner Music. Uma das estratégias da Warner é a abertura de uma loja de conteúdo próprio para celulares, ainda este mês. A idéia é vender wallpapers, ringtones e, claro, clipes. "Já temos clipes de até 30 segundos. Só não transmitimos mais por limitação de rede", complementa Uccelo.

Até a MTV quer se integrar com esta nova mídia, seja como uma plataforma de transmissão ou produção. "Já temos conteúdo para celular e temos vontade de fazer uma novelinha para os aparelhos", conta o diretor de programação Zico Góes. "Ainda está difícil caminhar,por hora não traz dinheiro. Mas é um negócio do futuro", diz Zico.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Harry Potter pirata no Orkut

Adolescentes traduzem livro no Brasil. Rocco não se preocupa

Christina Fuscaldo e Mànya Millen - Jornal O Globo - 26/07/2007

Num ato de pirataria já esperado, um grupo de adolescentes colocou numa comunidade do Orkut sua própria versão de "Harry Potter and the deathly hallows", de J.K.Rowling, lançado sexta-feira passada em diversos países. Sem paciência para esperar a tradução brasileira da sétima e última aventura da série, "Harry Potter e as relíquias da morte", que só chega às livrarias dia 10 de novembro, pela editora Rocco, mais de 20 pessoas se revezaram na tarefa de verter para o português as mais de 600 páginas do livro. A versão foi colocada na comunidade "Máfia dos livros". A pirataria na internet, porém, não preocupa a editora.

- Em todos os lançamentos da série, acontece isso, na mesma velocidade, portanto não é uma surpresa, e o reflexo para nós é zero. Não há prejuízo algum nas vendas do futuro livro - garante o editor Paulo Rocco. - Encaramos essa atitude como uma ansiedade, uma paixão de alguns adolescentes pela série, mas isso não significa que eles tenham nosso aval, evidentemente. Quem gosta da série, e essas crianças realmente gostam, vai querer o livro em português depois.

A única atitude tomada pela editora, seguindo instruções do próprio agente literário da autora, é avisar sobre o ocorrido para que ele avalie as possíveis providências legais que possam ser tomadas. No dia 10 de novembro, 400 mil exemplares de "Harry Potter e as relíquias da morte" chegarão a cerca de duas mil livrarias brasileiras.

"Aluado", codinome de um dos mediadores da "Máfia dos livros" concorda com a Rocco:
- É só uma forma de permitir que todos os fãs possam saber o que acontece na história e protestar contra a demora do lançamento do livro em português. Eu compro sempre as duas edições. Queremos democratizar a leitura.

A "Máfia dos livros" foi criada por uma menina de 14 anos, do Rio, cujo codinome é "Flor Snape" - todos os membros da comunidade usam nomes de personagens da série. "Aluado" concorda que a versão em português é apenas um quebra-galho para os mais curiosos. Além de muitos erros gramaticais, ela também comete a ousadia de dar nomes brasileiros aos personagens.

Publicitários lançam campanha nacional contra a censura

JB - 18/07/2007

A Associação Brasileira de Propaganda (ABP) lançou ontem, durante a comemoração de seus 70 anos, uma campanha nacional contra a censura. Com o lema Toda Censura é Burra, a ação, criada pela agência Giovanni+Draftfcb, satiriza as restrições legais impostas à publicidade brasileira nos últimos anos.

A campanha inclui três filmes, que mostram personagens anunciando uma bola, uma banana e um lápis. A censura, contudo, impede que as qualidades dos produtos sejam ressaltadas. Além da TV, a ação inclui quatro spots de rádio, mídia exterior, impressa, camisas, adesivos e ações para internet que incluem hotsite, canal exclusivo no YouTube e comunidade no Orkut.

O ex-presidente da ABP, Adilson Xavier, afirma que o veto à liberdade de expressão atinge a sociedade como um todo.
- O pior é que o consumidor passa a ser subestimado, como se fosse incapaz de discernir o que é bom ou não para ele.

Xavier, que transferiu ontem a presidência da ABP ao publicitário Cyd Alvarez, da agência NBS, lembrou que, apesar do momento difícil que o mercado enfrentava na época de sua posse - com os escândalos do Valerioduto - sua gestão foi encerrada com duas valiosas ações: o lançamento do Dicionário Histórico-Biográfico da Propaganda e a recém-lançada campanha contra a censura.

Pesquisa realizada pelo Ibope identificou que os brasileiros acreditam que os anúncios estão perdendo gradativamente a emoção. Para os especialistas do setor, a censura é a principal responsável pela perda de espontaneidade dos anúncios.

Enquanto, em 2002, 77% dos entrevistados identificaram a emoção como um ponto forte da propaganda brasileira, em 2004 o número caiu para 75% e, no levantamento de 2006, 71% dos entrevistados disseram se emocionar com os anúncios.

Veja um dos anúncios:

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Sony lança site para competir com o YouTube

A Sony pôs no ar o site Crackle, de difusão de curtas-metragens feitos por internautas, para gerar conteúdo próprio e concorrer com o YouTube.

A Sony comprou o Grouper, um site de partilha de vídeos, por 65 milhões de dólares (47 milhões de euros) no ano passado e transformou-o agora num site em que os utilizadores competem por oportunidades de distribuição e desenvolvimento.


O objetivo do Crackle é fornecer conteúdos de mais elevada qualidade do que os que constam no YouTube. Os utilizadores são convidados a submeter os seus vídeos, os quais são depois julgados pela audiência e por uma equipa de editores.

Os vencedores das competições trimestrais terão a oportunidade de voar para Los Angeles para passarem ao lançamento teatral do seu filme ou discutirem as suas idéias para filmes ou para programas de televisão com executivos da Sony. Esta empresa vai também oferecer a alguns produtores pagamentos em dinheiro, que irão variar entre poucos milhares de dólares e mais de 10.000 dólares.

O Crackle já tem 1.000 vídeos produzidos profissionalmente e a Sony criou uma unidade, a Crackle Studios, para produzir os seus próprios segmentos para o site.

Site de vídeos

Hoje em dia todo mundo adora ver um vídeo pela internet. E as opções só crescem. O "We Show" veio para facilitar a vida dos internautas. É um guia de entretenimento, que busca nos websites do mundo inteiro (YouTube, Metacafe, GoogleVideo, Dailymotion, etc) os melhores vídeos e os organiza.