sábado, 23 de junho de 2007

Adeus, mundo mineral

Ciência – Ana Lucia Azevedo
Jornal O Globo - 15/06/2007

Nossa sociedade cada vez mais dependente da eletrônica e de novas tecnologias pode estar com os dias contados se não aprender logo como reciclar minérios. Uma edição recente da revista britânica "New Scientist" traz números alarmantes sobre as reservas do planeta. Minerais raros como o índio (usado em LCDs para TVs de tela plana) e o tântalo (necessário para produzir celulares) têm sido explorados a taxas sem precedentes. As reservas de índio podem estar exauridas em 13 anos, se a demanda continuar a crescer no ritmo atual.

Já as de tântalo pode durar ainda cerca de um século. Porém, se o mundo começar a consumir numa velocidade equivalente à metade da americana, as reservas desaparecerão em 20 anos, de acordo um levantamento feito pela revista, com base em estudos de universidades americanas e européias. O índio, nesse cenário, acaba em quatro anos.

A platina, essencial para catalisadores de veículos e células combustíveis, poderá estar esgotada em 15 anos se o uso dessas tecnologias for ampliado. O antimônio é outro em perigo. Importante para a produção de medicamentos, ele estará esgotado em 30 anos. É importante destacar que o Brasil é muito rico em minérios raros, que devem se tornar cada vez mais escassos, necessários e caros. Temos, por exemplo, 48% das reservas de tântalo da Terra. Hoje, isso não é muito falado, mas elas se tornarão cada vez mais estratégicas.

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